Nós, organizações comprometidas com a promoção de diversidade, equidade e inclusão no ambiente empresarial, ficamos surpresas, mesmo após tantas manifestações contrárias, com a posição do LinkedIn, plataforma de negócios e empresas, de insistir na restrição de anúncios de vagas de organizações que promovem ações afirmativas. 

A medida, segundo a empresa, envolve “quaisquer tipos de características, sejam elas idade, gênero, raça, etnia, religião ou orientação sexual” (matéria divulgada pela FolhaPress em 19.03.2022). 

Entendemos que todos os países membros da Organização das Nações Unidas/ONU, que ratificam normas internacionais de erradicação da discriminação, que incentivam a discriminação positiva (ações afirmativas), devem seguir essa posição, incluindo suas empresas com atuação local ou transnacional. 

Empresas transnacionais, como o LinkedIn, devem seguir as normas internacionais, como a Convenção 111 da OIT, Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, entre tantos outros documentos que promovem direitos humanos.

Não se trata, portanto, de uma questão local, onde a Constituição Brasileira e a legislação em geral garantem a realização de ações afirmativas, como o anúncio de vagas dirigidas a segmentos da população comprovadamente em situação de exclusão, desigualdades e desvantagens, como é o caso da população negra, pessoas com deficiência, mulheres, pessoas com mais de 45 anos, pessoas LGBTI+, indígenas, entre outras.            

Quando não há igualdade de oportunidades, se faz necessário um tratamento diferente para os desiguais.

Assim, apoiamos e recomendamos o apoio ao Manifesto Empresarial em Defesa da Ação Afirmativa disponível em https://bit.ly/3tvW8vI, aguardando que a empresa reveja sua posição e se comprometa com a normativa internacional de direitos humanos em todos os países em que atua.

Coalização Empresarial Para Equidade Racial e de Gênero, Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, Instituto Ethos e Movimento Mulher 360.